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VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA PRÁTICA QUE ASSOLA DIARIAMENTE GESTANTES NO BRASIL.

Postado em: Saúde | Por: Emili Blattler


O nascimento de um filho é um evento que marca a vida de uma mulher. Infelizmente muitas vezes são relembrados como uma experiência traumática na qual a mulher se sentiu agredida, desrespeitada e violentada por aqueles que deveriam estar lhe prestando assistência. De acordo com ampla pesquisa, uma a cada quatro mulheres já sofreu violência obstétrica no Brasil. No nosso país a dor do parto na maioria das vezes é relatada como a dor da solidão, da humilhação e da agressão, com práticas institucionais e dos profissionais de saúde que criam ou reforçam sentimentos de incapacidade, inadequação e impotência da mulher e de seu corpo e isso também se estende para mulheres que passaram por cesarianas.


VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA PRÁTICA QUE ASSOLA DIARIAMENTE GESTANTES NO BRASIL.

O nascimento de um filho é um evento que marca a vida de uma mulher. Infelizmente muitas vezes são relembrados como uma experiência traumática na qual a mulher se sentiu agredida, desrespeitada e violentada por aqueles que deveriam estar lhe prestando assistência. De acordo com ampla pesquisa, uma a cada quatro mulheres já sofreu violência obstétrica no Brasil. No nosso país a dor do parto na maioria das vezes é relatada como a dor da solidão, da humilhação e da agressão, com práticas institucionais e dos profissionais de saúde que criam ou reforçam sentimentos de incapacidade, inadequação e impotência da mulher e de seu corpo e isso também se estende para mulheres que passaram por cesarianas.

Violência obstétrica são atos praticados contra a mulher no exercício de sua saúde sexual e reprodutiva, podendo ser cometidos por profissionais de saúde, servidores públicos, profissionais técnico-administrativos de instituições públicas e privadas, acontecem durante a gestação, trabalho de parto e pós-parto.

Pode ser física, psicológica, verbal, sexual, institucional, discriminatória e midiática além de negligência e/ou condutas excessivas, desnecessárias ou desaconselhadas, muitas vezes prejudiciais e sem embasamento em evidências científicas. Essas práticas submetem mulheres a normas e rotinas rígidas e muitas vezes desnecessárias, que não respeitam os seus corpos e os seus ritmos naturais e as impedem de exercer seu protagonismo.

Os episódios de violência obstétrica podem tornar um momento que deveria ser positivo em um momento traumático.

Um estudo recente na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) com 287 mulheres grávidas, entre 2016 e 2018 apontou que grávidas, na sala de parto, sofreram episiotomia (um procedimento cirúrgico que já está comprovado cientificamente que não traz benefícios, este consiste em uma incisão na região entre o ânus e a vagina com a desculpa de facilitar a passagem do bebê) sem consentimento tiveram 2,7 vezes vezes mais chance de terem sintomas sugestivos de depressão pós-parto, enquanto as que não receberam mostraram 2,5 vezes mais probabilidade à doença. Isso só reforça que, as consequências da violência obstétrica vão além dos danos imediatos, o trauma reflete seriamente na saúde da mulher, pois, é vivenciado em um momento decisivo em vários aspectos da vida e na saúde, física e mental, tanto do bebê como da mãe. O constrangimento é o primeiro sentimento que as mulheres enfrentam após a violência. A angústia é intensificada e pode desenvolver uma sensação de inferioridade, medo e insegurança, através da humilhação, reforçando sentimentos de incapacidade, inadequação e impotência da mulher e do seu corpo. Outro ponto extremamente relevante é que, tanta dor e sofrimento podem desencadear o medo de uma nova gestação por causa da experiência vivida, e até mesmo questões de insegurança na vida intima, levando em consideração relatos que muitas mulheres que sofreram violências obstétricas especificas, como a episiotomia por exemplo, apresentam comportamentos parecido com vitimas de violência sexual e tem dificuldade em voltar a vida sexual.

Para se prevenir contra a violência obstétrica é importante que a mulher se informe, junto com seu acompanhante de parto, durante o pré-natal e tome conhecimento das opções que possui para a hora do parto. Além disso, é importante que a mulher tome conhecimento dos tipos de intervenções que podem ser necessárias para poder optar pelas quais não aceita ser submetida. É ideal levar consigo para a maternidade uma carta de intenções (plano de parto) que deixe claro que procedimentos aceitam e não aceitam durante o parto. Além disso, é importante que violências sofridas sejam denunciadas. Na ouvidoria do hospital e na secretaria de saúde da cidade onde o parto aconteceu, na ouvidoria da Prefeitura, através de boletins de ocorrência, pelo 136 se o parto aconteceu através do SUS, pelo disque 180 que recebe todo tipo de denúncias contra a mulher, e no site do Ministério Público Federal na sala de Atendimento ao Cidadão.

FONTES: Politize, Dossiê Parirás com dor, Pesquisa Nascer no Brasil Fiocruz.

Emili Blattler – Doula, Educadora Perinatal e Facilitadora em Aleitamento Materno da Prefeitura Municipal de Garça.

(14) 99117-4890 Instagram:@doula_emiliblattler

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