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15 de Outubro dia mundial da conscientização da perda gestacional neo-natal e infantil.

Postado em: Leitura | Por: Emili Blattler


Um bebê que se foi tem a mesma importância que um bebê que nasce com saúde.


15 de Outubro dia mundial da conscientização da perda gestacional neo-natal e infantil.
O dia 15 de Outubro foi escolhido para para sensibilizar a perda, infelizmente é uma realidade mais comum do que a sociedade pensa, uma a cada quatro mães perdem seus filhos.
E vale uma reflexão além de uma data especial para o dia.
É comum pais de luto se depararem com frases prontas do tipo, “Foi melhor assim”, “Pelo menos você não se apegou”, “Deus sabe de todas as coisas”, “Não deu tempo de amar” ,“Vocês são jovens” e “Você pode ter outro”.

Um bebê que se foi tem a mesma importância que um bebê que nasce com saúde, a mãe de luto precisa da mesma humanização que a mãe que esta com o filho nos braços.

Os pais que passam por esse tipo de perda, além de não terem as suas emoções validadas, precisam brigar para que seus filhos sejam considerados e seu status de mãe e pai seja reconhecido. No entanto independentemente do tempo de gestação ou de convivência o sentimento existe com a mesma força.

A sociedade infelizmente não é educada para lidar com o luto, e isso afasta pais em luto socialmente. As pessoas acham que falar sobre o filho falecido trará sofrimento, mas como uma mãe que já passou pelo luto posso dizer que isso não é real, falar sobre meu filho falecido foi como um processo, me ajudou lidar com o luto e fazia sua existência ser validada.

Mães de luto são cobradas para retomar a vida normal o quanto antes, os pais, nem se fala, eles não tem direito de sofrer ouvem sempre a frase pronta “Precisa ser forte para apoiar a esposa”. O luto da mãe é invisível e o do pai é ainda mais negligenciado.

O luto não é um processo linear, ele não tem tempo definido para terminar ou ser superado e possui altos e baixos. Não se supera a morte de um filho e a maneira como os pais vivem o luto é única, particular e precisa ser respeitada.

Mas é possível aprender a lidar com a dor e a saudade. Lembrando que a dor não está relacionada com o número de semanas gestacionais ou o tempo de vida do bebê: “dor não se compara, dor se ampara”.