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Motivação ou ansiedade? Especialista alerta para os efeitos do café na rotina

Postado em: Saúde | Por: Juliana Possas


  Motivação ou ansiedade? Especialista alerta para os efeitos do café na rotina Neste 24 de maio, dia nacional da bebida mais consumida no mundo, entenda a sua ação no cérebro e saiba como transformá-la em aliada durante os momentos que exigem foco.


 

Motivação ou ansiedade? Especialista alerta para os efeitos do café na rotina

Neste 24 de maio, dia nacional da bebida mais consumida no mundo, entenda a sua ação no cérebro e saiba como transformá-la em aliada durante os momentos que exigem foco.

O brasileiro não pode negar a sua paixão pela hora do cafezinho: de acordo com o IBGE, cada habitante do país consome em média entre 3 e 4 xícaras diariamente. Mais do que um hábito cultural, a bebida é vista como um potencializador da produtividade, o que atrai especialmente quem está em uma rotina mais intensa de trabalho ou estudo. 

“Estudos já mostraram que o consumo da cafeína é seguro para a maioria das pessoas, em quantidades baixas ou moderadas. No entanto, se for consumida de forma inadequada, pode causar efeitos colaterais desagradáveis, e até perigosos à saúde, dependendo de quanto tempo a substância ficar no seu corpo. Doses elevadas podem provocar taquicardia, ansiedade, tremores, alterações digestivas e insônia”, explica o biólogo e professor Paulo Jubilut, fundador da plataforma de educação Aprova Total, especializada na preparação de alunos para o Enem e vestibulares. 

No cérebro humano existe uma molécula de energia chamada ATP (trifosfato de adenosina), que age como um combustível para o corpo funcionar. Durante uma longa maratona de estudos, o cérebro vai esgotando essas moléculas, o que causa sono e cansaço. “Quando a cafeína entra no sistema, ela se liga a receptores específicos que enganam o cérebro e fazem parecer que não existe tanto cansaço. Mas na verdade é apenas a percepção de fadiga que diminui: o ‘combustível’ continua baixo”, explica o biólogo. 

No entanto, o papel do café não é recarregar energia — para isso, nada substitui uma boa noite de sono. O especialista explica que dormir é essencial para que as moléculas de ATP se restabeleçam. Caso contrário, não há produção dessa energia, e, como consequência, não acontece o processo de restauração cerebral que acompanha o descanso. 

Café também requer moderação no consumo 

Apesar de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) considerar seguro, para pessoas saudáveis, o consumo de até 400 mg de cafeína por dia, equivalente a três xícaras, cerca de 61% dos brasileiros ultrapassam essa recomendação. Além da quantidade apropriada, o biólogo aponta outros cuidados. “É bom evitar a bebida após as 16 horas, já que a cafeína pode atrapalhar o sono à noite. Isso acontece porque a cafeína leva mais ou menos 7 horas para ser metabolizada pela metade, o que significa que mesmo horas após o consumo você continua sentindo os efeitos dela no corpo.” 

Além do café, outras bebidas e alimentos contêm cafeína, como chás, refrigerantes, energéticos, chocolates e alguns medicamentos. Embora a cafeína seja popular quando o assunto é produtividade, há outras estratégias para um bom desempenho cerebral, como dieta equilibrada, sono adequado e exercícios físicos. 

 

 

Juliana Possas
juliana.souza@economidia.com. br
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